Evento APDSI - Conferência Software Livre Expectativas e realidades
Decorreu ontem, dia 21 de Setembro, a conferência da APDSI sobre Software Livre. A Microsoft foi convidada e foi com muito gosto que fomos participar para falar sobre Interoperabilidade e qual a nossa relação com o software Livre/Open Source.
Como todos os eventos em que participei da APDSI, este esteve muito bem organizado. O Dr. Luis Vidigal e o Eng. Luis Arriaga conseguiram reunir um conjunto de oradores dividido por três painéis temáticos muito bem escolhidos.
O mais curioso é que a palavra que mais ouvi ao longo do evento foi discriminação. Discriminação negativa relativamente ao software livre ou fazer-se uma discriminação positiva do mesmo consoante o caso. Se formos à Wikipedia obtemos a seguinte definição:
"Afirma que quando esta consistir em dar um tratamento diferenciado a um grupo, ou categoria de pessoas, visando menosprezá-las, como já foi estudado, será chamada de discriminação negativa. Ao contrário, quando se tratar de ações que visam equiparar grupos ou pessoas que são discriminadas negativamente, de modo a trazê-las para a sociedade de uma forma igualitária, ter-se-á a chamada discriminação positiva. "
Eu acho que nenhum tipo de forma de desenvolvimento de software (Software Livre é um modelo de desenvolvimento de software) deve ser discriminada seja de forma positiva ou negativa.
Fez-me alguma confusão que o deputado do Grupo Parlamentar do PCP esteja a todo o custo a impor Software Livre. O projecto de resolução 227/X/2 - Software Livre no Parlamento - representa exactamente isso, uma forma de discriminação. Segundo este projecto, o parlamento não deve avaliar ou escolher a melhor opção, tendo em conta as suas necessidades, deve escolher um tipo de solução já pré-definida.
Esta situação é tão ou mais caricata quanto dizer-se que, por exemplo, que só se deveriam utilizar no parlamento canetas de uma determinada marca ou cadeiras feitas por um determinado processo.
Fez-me também alguma confusão que o responsável da Universidade de Évora se orgulhe que na sua instituição só se ensina Software Livre. Laboratórios só com máquinas em Software Livre, aulas sobre Software Livre e desenvolvimento interno só em Software Livre. Independentemente do facto do mercado não reflectir de maneira alguma esta prática, não é de certa forma discriminação, não darmos oportunidades de escolha aos alunos. Não seria uma obrigação da Universidade, ensinar aos alunos os diferentes tipos de tecnologia que eles mais tarde ou mais cedo irão encontrar, seja no mercado seja na sua vida académica e deixa-los tomar a sua decisão! Pelo que sei Évora é um caso isolado e o mesmo já não acontece nas restantes universidades.
Mas retirando estas duas intervenções o resto dor oradores foram bem claros, relativamente ao facto do software se impor pelos seus méritos e vantagens e não por uma regra ou lei. A maioria foi unânime que não aceitam qualquer forma de discriminação e que se deveria deixar funcionar o mercado livremente.
Comments
- Anonymous
October 16, 2007
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