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Governança de TI está com os dias contados?

Numa análise de Peter Weill, pesquisador senior do Center for Information Systems Research (CISR), do Massachussets Institute of Technology (MIT), a Governança de TI como existe hoje está com os dias contados.  Detalhe da reportagem sobre essa previsão está no seguinte link: https://cio.uol.com.br/gestao/2009/09/30/governanca-de-tecnologia-esta-com-dias-contados-diz-especialista-do-mit/

Na minha modesta e sincera opinião, ele está certo, apenas em parte.  O racional dele é que, por TI ser tão pervasiva nas áreas de negócio, fazendo parte, suportando e habilitando os negócios, não faria sentido manter uma Governança de TI centralizada, sem estar incluída nos controles departamentais e na Governança Corporativa completa.

Por que eu acho que isso não será exatamente assim?  Por que controle financeiro está também dentro de todos os departamentos e é uma preocupação de todas as áreas e pessoas, mas nem por isso deixou de existir um controle financeiro centralizado numa área de finanças, regras de auditoria e boas práticas de contabilidade de finanças e etc…

Eu acho que ao separar as iniciativas por departamento, a empresa pode perder algumas coisas importantes, como por exemplo, definições de arquitetura corporativa, reutilização de componentes de TI para diferentes serviços de TI e/ou clilentes, ganhos de escala com reutilização ou compra conjunta, visão de crescimento, etc…

A área de TI deve ser vista como uma área (por que assim ela é) fornecedora de serviços (de TI) aos seus clientes e usuários.  E como qualquer fornecedor, deve se preocupar com governança, atendimento a clientes, satisfação dos clientes, qualidade dos serviços entregues, etc…

Uma coisa que a área de TI precisa evoluir muito é passar a conversar com seus clientes e usuários como um prestador de serviço falando com seus clientes.  A área de TI deve falar sobre definição de serviços de TI, requisitos de serviços, qualidade de atendimento, crescimento projetado de capacidade dos serviços.  Não devemos falar sobre o servidor que está com um problema, sobre o router que teve uma queda, etc… Isso é muito técnico para o cliente e para o usuário final discutir com o representante de TI.

Esse tipo de discussão demonstra falta de Governança de TI, falta de Gerenciamento de Nível de Serviço (SLM, na sigla em inglês) e uma baixa maturidade de TI, principalmente no Brasil, já demonstrada em um estudo e citado aqui em outro post.

Um outro fato que devo citar aqui é que cada área pagar por seus projetos (citado também por Peter Weill na declaração que estou comentando aqui) é uma questão de Governança de TI e demonstra mais maturidade corporativa e de TI.  A área de TI não deve ter uma carteira recheada, sem destino e objetivo do gasto, é pouco controle, ou seja, baixa Governança de TI.  Isso já é utilizado em várias empresas no Brasil e no mundo.  Aqui no Brasil eu tenho vários exemplos de empresas do setor financeiro com boa Governança de TI e Governança Corporativa.  Na minha opnião a boa Governança de TI vem da boa Governança Corporativa, exigida por causa do mercado de ações, regulações do Banco Central, etc…

O que a TI deve fazer é aprender com esses bons exemplos e implantar isso para qualquer empresa, a fim de mostrar o valor de TI para a empresa, com maior maturidade e controle, ou seja, maior Governança de TI.

Concorda? Discorda? Quer adicionar algum outro ponto de vista ou pensamento? Por favor, deixe seu comentário aqui.

Abraços e até a próxima,

Ronaldo Smith Jr.