Nova pilha TCP/IP
O Windows Vista e o LH server incluem uma nova implementação da pilha de protocolos TCP/IP. Na verdade é um completo redesenho na funcionalidade atual visando o suporte ao Internet Protocol Versão 4 (IPv4) e ao Internet Protocol Versão 6 (IPv6) que atendem às necessidades de conectividade e desempenho das vária tecnologias e ambientes de redes existentes hoje.
A versão actual do Internet Protocol (designada por IP versão 4 ou IPv4) não foi substancialmente alterada desde a publicação do RFC 791 em 1981. O IPv4 tem dado provas de ser robusto, facilmente implementado e interoperável, tendo suportado o teste de escalar um conjunto de redes num utilitário global do tamanho da Internet actual. Este facto demonstra a qualidade da respectiva concepção original.
No entanto, a concepção inicial não antecipou:
O recente crescimento exponencial da Internet e o iminente esgotamento do espaço de endereços IPv4.
Os endereços IPv4 tornaram-se relativamente escassos, forçando algumas organizações a utilizar a tradução de endereços de rede (NAT, Network Address Translator) para mapear vários endereços privados para um único endereço IP público. Ainda que os NATs promovam a reutilização do espaço de endereços privados, eles não suportam a segurança da camada de rede baseada em normas nem o mapeamento correcto de todos os protocolos de camada superior, podendo dar origem a problemas ao ligar duas organizações que utilizam o espaço de endereços privados.
Além disso, a crescente importância de dispositivos e aplicações ligadas à Internet garante o esgotamento inevitável do espaço de endereços IPv4 públicos.
O crescimento da Internet e a capacidade dos routers backbone da Internet para manter grandes tabelas de encaminhamento.
Devido à forma como os IDs de rede de IPv4 têm sido e são actualmente atribuídos, existem normalmente mais de 70.000 rotas nas tabelas de encaminhamento dos routers backbone da Internet. A actual infra-estrutura de encaminhamento da Internet IPv4 é uma combinação do encaminhamento simples e hierárquico.
A necessidade de uma configuração mais simples.
A maioria das implementações actuais do IPv4 têm de ser configuradas manualmente ou através de um protocolo de configuração de endereços com estado, como o protocolo de configuração dinâmica de anfitrião (DHCP, Dynamic Host Configuration Protocol). Com mais computadores e dispositivos a utilizar o IP, é necessária uma configuração mais simples e automática de endereços e de outras definições de configuração que não se baseiem na administração de uma infra-estrutura do DHCP.
A necessidade de segurança ao nível do IP.
A comunicação privada através de um suporte público como a Internet requer serviços de encriptação que protejam os dados enviados contra visualização ou modificação em trânsito. Apesar de já existir uma norma que proporciona segurança aos pacotes IPv4 (designada por segurança do protocolo Internet ou IPSec), esta norma é opcional e as soluções do proprietário prevalecem.
A necessidade de um melhor suporte de entrega de dados em tempo real (também conhecido por qualidade de serviço).
Apesar de já existirem normas de qualidade de serviço (QoS, Quality of Service) para o IPv4, o suporte ao tráfego em tempo real baseia-se no campo do tipo de serviço (TOS, Type of Service) do IPv4 e na identificação do payload, normalmente utilizando uma porta UDP ou TCP. Infelizmente, o campo TOS do IPv4 tem uma funcionalidade limitada e interpretações diferentes. Além disso, a identificação do payload utilizando as portas TCP e UDP não é possível quando o payload do pacote IPv4 está encriptado.
Para resolver estas questões, a Internet Engineering Task Force (IETF) desenvolveu um conjunto de protocolos e normas designado por IP versão 6 (IPv6). Esta nova versão, anteriormente intitulada IPng (IP-The Next Generation), incorpora os conceitos de muitos dos métodos propostos para actualizar o protocolo IPv4. O IPv6 foi inicialmente concebido para ter um impacto mínimo nos protocolos de camada inferior e superior, evitando a adição arbitrária de novas funcionalidades.