Pensando na evolução da TI de uma empresa.
Olá pessoal, tudo certo?
Durante o Tech-ed Brasil 2009, tive algumas discussões que mais ou menos foram replicadas essa semana, com outras empresas e arquitetos.
Uma dessas discussões foi sobre a evolução da TI numa empresa, com o foco em sua organização e maturidade. Veja o desenho abaixo:
No primeiro bloco, vemos o que é chamado de uma arquitetura “Spaghetti” ou “Macarronada” ou digamos “Noooooossa” :) É muito comum encontrarmos esse tipo de organização de TI, onde para cada comunicação entre sistemas temos um tipo dedicado de conexão, sem padronização, reuso de funcionalidades ou normalização de mensagens e formatos de dados. O custo de manuteção desse tipo de arquitetura é alto, assim como sua administração é complicada, com erros recorrentes. Atualmente, tenho visto muitas empresas iniciando ações para sair desse tipo de arquitetura e organização em TI.
Um segundo estágio nessa evolução pode ser o uso de um motor de EAI – Enterprise Application Integration. Uma infraestrutura de EAI oferece um cenário padronizado de conectividade entre sistemas, facilitando a comunicação entre os serviços existentes através de adaptadores padronizados, schemas de mensagens, formatos de dados versionados, além de uma série de patterns para transformação de mensagens, subscrição, publicação, auditoria, tracing, entre outros, de forma centralizada. Porém, algumas empresas aplicam cenários de EAI em alguns departamentos, enquanto ainda permitem a continuidade de arquiteturas “macarrônicas” em outros andares, seja por problemas históricos, políticos ou de investimentos.
Finalmente, coloco aqui um terceiro estágio de evolução, o ESB – Enterprise Service Bus, ou barramento corporativo de serviços. Podemos pensar num ESB como um conjunto de patterns de EAI, adicionado a patterns de roteamento de mensagens, composição de mensagens e serviços, tratamento de exceção, resolução de chamadas para serviços, etc. Uma grande diferença entre EAI e um ESB é a possibilidade de composição dinâmica de serviços. Enquanto que num cenário de EAI temos links estáticos entre clientes e provedores, no modelo ESB o desacoplamento é ainda maior, sendo possível a composição dinâmica de chamadas. A presença de um repositório ou catálogo de serviços também é parte desse tipo de solução, seja através de um UDDI ou mesmo de catálogo em bancos de dados.
O que achei interessante essa semana foi ver como cenários assíncronos de mensageria, assim como a possibilidade de publicação de serviços ou dados num ambiente na nuvem tornam-se participantes dessa nova TI que arquitetos começam a imaginar. Mensageria não é novidade de forma alguma, mas mensageria entre diferentes infraestrutura de TI me pareceu interessante.
Como tenho dito para algumas pessoas, nossa TI no futuro será cada vez mais híbrida, combinando serviços e dados ora no ambiente local (on-premise), ora no ambiente hospedado (em hosters e provedores) ora na nuvem. Um dos aspectos importantes que teremos será a combinação de SLA’s e níveis de operação, assim como mecanismos de monitoração, logging e administração unificados, que torne a vida do ITPro mais fácil para esses cenários.
Cloud Computing é uma evolução de SOA? Depois de um EAI, sigo para um ESB? E depois de um ESB, sigo para o uso de um ISB – Internet Service Bus? De fato, penso que essas perguntas não têm muita relevância. O mais importante será mesmo aproveitar o melhor de cada infraestrutura, de acordo com as reais necessidades de sua aplicação, solução ou negócio. Fique atento ao que realmente interessa para sua empresa! Se você é um ITPro, fique atento às ferramentas de administração que estão aparecendo. Se você é um desenvolvedor, fique atento aos frameworks e opções de tecnologias que surgem para a construção de aplicações. E se você é um arquiteto, seja de soluções ou de infra, fique atento na hora de aplicar a melhor tecnologia que atende sua empresa.
Seja usando SAAS, EAI, ESB, ISB, ERP, CRM, SC, UDDI, SOAP, REST, HTTP, TCP, etc. o que vale mesmo é atender corretamente seu usuário final, não é mesmo?
Por enquanto é só! Até o próximo post :)
Waldemir.
Comments
Anonymous
September 13, 2009
Cambiucci, Excelente Post! Com a sopa de letrinhas aumentando a cada dia, cada vez mais percebo que a busca por fórmuas como as que você mencionou (ws -> eai -> esb -> cloud computing -> os próximos conceitos) cada vez mais aumentam, e vez por outra, o foco no principal, que é o resultado do negócio na qual a TI é aplicada passa despercebido. Muito bom trabalho. Grande Abraço.Anonymous
September 13, 2009
Olá Roberto, tudo cert? Obrigado pelo comentário! Sem dúvida, o foco de uma TI deve ser o negócio da empresa, fornecendo as capacidades que permitem a criação de novos negócios e oportunidades de atuação no mercado. TI por TI ou modismo pelo modismo é um luxo muito arriscado! No papel de arquitetos devemos identificar as tecnologias e tendências que tornarão essas oportunidades em realidade para as empresas. Creio que desse modo estaremos aumentando nosso impacto real na organização. []s Waldemir.Anonymous
May 22, 2011
Muito bom o post. Sempre tive dúvidas sobre as diferenças entre EAI e ESB mas no texto as relações entre os dois conceitos ficaram bem claras. Obrigada!Anonymous
May 23, 2011
Olá Isabelle, tudo bom? Obrigado pelo feedback. Muito bom saber que ficou claro, já que esse assunto sempre gera uma certa confusão. []s Waldemir.