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Série Governança de TI - Parte II

Cenário: Como somos percebidos?

Antes de iniciarmos o tema principal dessa série, acho importante trazer para todos nós que fazemos a operação ou gerenciamos equipes de TI, o nível de percepção que as áreas de negócio possuem a respeito das pessoas que entregam os serviços e projetos relacionados a tecnologia de informação.

Como podemos observar na Figura.2, a situação reflete que na medida que os custos relacionados a recursos de infra-estrutura seguem uma tendência de queda, o custo com mão-de-obra, seja suporte ou gerenciamento tem um comportamento inversamente proporcional, ou seja, está subindo e representa hoje a maior porção dos custos de TI.

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Figura 2. Tecnologia da Informação – Complexidade e Custos

Além de reforçar a famosa relação 70x30 (70% para manter o que temos e 30% para pensar no novo), sofremos com a pressão de baixo retorno do investimento (ROI). Veremos na seqüência dados de uma pesquisa do ITGI feita em 2006 entre 600 executivos, notem como somos percebidos pela área de negócio.

• Percepção organizacional de baixo ROI e de baixa performance de TI são 2 dos 4 maiores problemas dos CIOs.

• 30% declaram não conseguir aumentar a eficiência com investimentos realizados

• 40% declaram não ter alinhamento estratégico

• Visão organizacional da necessidade de controle dos investimentos em TI mais do que dobra 2003 (28%) x 2005 (58%)

Notem que a maior dor que temos hoje é mostrar o porquê da percepção do baixo ROI, muito se deve a evolução tecnológica cada vez mais rápida, ou seja, quando estamos conseguindo pagar um projeto temos que implementar novos recursos. Outra razão é que não sabemos "vender"bem nossos projetos, não somos muito deficientes na hora de comunicar e setar as expectativas, e a principal de todas é justamente o objetivo maior de se colocar um plano de governança em prática: a falta de alinhamento estratégico.

Na maioria dos casos a área de TI não consegue participar ou ter visibilidade das decisões da empresa, o que pode acabar por comprometer todo um projeto. Por exemplo, imaginem uma situação onde acabamos de implementar um projeto com base num planejamento de capacidade, e de repente somos comunicados que a empresa está participando de um processo de aquisição ou fusão. Decisões como essa comprometem meses e milhares de reais em investimento.

Mas independente dessa falta de alinhamento e visibilidade nas decisões a mensagem principal é, estamos sendo cada vez mais controlados e cobrados por resultados e participação estratégica para aumentar o ROI!

Aqui temos mais alguns dados de mercado que reforçam a necessidade que as empresas tem em controlar os gastos com TI:

• 20% dos gastos com TI são perdidos (Gartner)

• 40% dos gastos com TI não retornam valor (baixo ROI) para suas organizações (Fortune Survey)

• 29% dos projetos de TI têm sucesso (Standish CHAOS Report)

Novamente, nota-se que não sabemos controlar nossos gastos e entregar os projetos, chamo a atenção para o último dado, apenas 29% dos projetos tem sucesso! Qual a real razão disso? Não sabemos gerenciar nossos projetos ou abrimos muitas concessões sejam elas relacionads as novas funcionalidades, serviços ou recursos?

Creio que seja um pouco das duas coisas. Ainda estamos evoluindo na área de gestão de projetos e precisamos aprender fechar o escopo dos nossos projetos.

Mas claro que há luz no fim do túnel, aqui elencadas uma série de melhores práticas que podem nos ajudar a mudar a percepção, mostrando a organização o nosso planejamento e valor agregado de nossas ofertas:

• Aplicações visando objetivos específicos relacionados ao negócio

• Uso de técnicas de Indicadores de Desempenho

• Projetos curtos com entregas parciais de funcionalidade e resultados

• Aplicações que promovam inovação e/ou mudança dos processos da organização (relação 70x30)

• Fechar o escopo de entrega, definir o Portfolio de Serviços oferecidos.

• Implementação de Frameworks de Melhores Práticas

Conclusão: Devemos estabelecer regras e controles claros para oferta e utilização da Tecnologia da Informação!

Um abraço,

Rodrigo Dias