Favorecer a cultura de inovação em África para um futuro melhor
Enviado por Robert Kayihura, Assuntos Legais e & Corporativos, Microsoft
Hoje celebramos o Dia Mundial da Propriedade Intelectual, um evento global que destaca a importância da propriedade intelectual a nível da inovação e da criatividade. O tópico deste ano é ‘Criatividade: A Próxima Geração”.
Isto fez-me parar e pensar – quando consideramos a próxima geração em África, que devemos fazer para assegurar que pode ser o mais criativa possível para enfrentar e resolver os futuros desafios?
O desafio não é encontrar criatividade em África, certamente. Comoem qualquer outra parte do mundo ao longo dos séculos, as gentes do continente têm sempre encontrado soluções criativas aos desafios do dia a dia. As pessoas são naturalmente criativas e em África, isto torna-se particularmente evidente quando se olha para o sector informal, onde as pessoas encontraram maneiras extremamente criativas de ganhar a vida e realizar necessidades e desafios locais.
São precisas novas aptidões para usar novas ferramentas
Mas, graças à tecnologia, há muito mais potencial para resolver problemas antes considerados irresolúveis. Pense em todos os avanços feitos na área da saúde na última década. Todavia, embora a tecnologia de informação (TI) seja mais ubíqua e continue a avançar, a discrepância entre as pessoas que enfrentam certos desafios e as que têm a capabilidade de os resolver parece continuar a aumentar. Assim,embora exista um aplicativo para quase todos os objectivos imagináveis no mundo, a maioria das pessoas em África não possuem smartphones, e as que enfrentam desafios que podiam potencialmente, ser resolvidos através de TI não têm as possibilidades ou em muitos casos, os conhecimentos, para criar aplicativos relevantes.
Soluções locais para desafios locais
É por isso que somos movidos pelo entusiasmo de poder apoiar programadores, empresários e novas empresas locais no continente, e garantir que a próxima geração tem as aptidões e ferramentas necessárias para se empoderarem a si próprias e contribuir positivamente à sociedade.
A realização de quão importante é apoiar a inovação em África é em grande medida o que influenciou a nossa recém-lançada Iniciativa 4Afrika. Começámos a notar através do nosso trabalho no continente, que um vasto número de jovens estavam verdadeiramente decididos a encontrar as suas próprias soluções aos desafios locais. Embora muitos o tenham conseguido sem nenhuma ajuda, estas tendências encorajadoras confirmam o que temos visto em outras partes do mundo – a maneira mais efectiva de superar os desafios em África é pelo apoio aos jovens, empresários aspirantes e às pequenas e médias empresas do continente facilitando-lhes o acesso aos instrumentos e serviços de TI que necessitam para ‘resolver os problemas’ . No fim de contas esta é uma abordagem muito mais sustentável!
O ingrediente que falta
Mas há uma coisa que falta nesta mistura e que é necessária para apoiar uma forte cultura de inovação: conhecimentos mais generalizados sobre o conceito de propriedade intelectual (PI) e o respeito pela protecção de ideias.
O mês passado na Tanzânia Ministros Africanos reuniram-se para debater o papel da inovação como a força motriz do desenvolvimento social, económico e ambiental. Os países altamente inovadores têm maior potencial de desenvolvimento, e a protecção da PI é central para garantir o elo entre os dois.
Recentemente escrevi sobre a importância da PI para as novas pequenas empresas, e como legislação sólida sobre a PI pode fazer toda a diferença quando é preciso atrair os investidores. Como disse, as invenções protegidas por patentes valem em média 200% mais do que invenções desprotegidas. Para os empresários africanos terem a oportunidade de levar as suas ideias ao mercado e competir contra empresas mundiais, têm de ter garantias de que o seu árduo trabalho não lhes é roubado.
Por isso neste Dia Mundial da PI, rogo-vos que considerem o lugar que a inovação tem na vossa vida e no futuro êxito de África – e passem a palavra sobre a importância que tem, para podermos colectivamente, apoiar a cultura da inovação que já está enraízada na nossa cultura.